
domingo, 25 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
Coldplay, canta Amy no Rock in Rio.
Mais de 100 mil pessoas cantando Amy no Rock in Rio/2011. Emocionante.
Obrigado, Coldplay.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Feliz aniversário, Diva!
Hoje, Amy completaria 28 anos.

Amy, sinto uma falta absurda de você.
Pra sempre Amy Winehouse.
God rest your soul.
domingo, 4 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Um mês sem Amy

Um mês sem Amy e ela ainda é notícia. A cada dia surgem novos boatos sobre os reais motivos de sua morte, o que teria acontecido com ela, seu velório, ela ser cremada e colocarem suas cinzas juntos com a da avó, Cyntia, cujo nome a cantora tinha tatuado próximo ao ombro direito.

Um mês sem Amy e descobrimos mais sobre a paixão e o amor da cantora por Blake Fielder-Civil. Ele foi a causa dela escrever todas as canções de Back to Black, seu segundo disco, lançado em 2006. A coragem em desabafar suas desilusões e tristezas no amor a fez um sucesso trágico. Um sucesso que atraiu milhares de pessoas que não tiveram coragem de desabafar suas tristezas nem em uma folha de papel e se identificaram com suas composições.
Um mês sem Amy e seu segundo disco de trabalho, Back to Black – trabalho que deu à Amy cinco Grammys em apenas uma noite da premiação, em 2008 –, voltou às paradas e foi o mais vendido em menos de duas semanas após sua morte. Um mês sem Amy e Just Friends, Tears Dry On Their Own, You Know I’m not Good, Valerie, entre tantas outras músicas, não saíram dos iPods, MP3 ou MP4 dos fãs e até mesmo dos que não a conheciam tanto e passaram a conhecê-la após sua morte.
Um mês sem Amy e foi notícia que, antes de morrer, ela queria sim voltar a viver, a cantar. Ela teria escrito muitas canções, algumas já aprovadas por sua produtora para seu possível terceiro disco. E ela tinha encontrado um novo amor, o cineasta Reg Traviss, com quem havia começado um namoro e até terminado, mas eles reataram e tudo parecia estar bem. Até boatos de que ele a teria pedido em casamento rondou os tablóides de todo o mundo, mostrando que ela desejava deixar a vida de drogas e álcool no passado.

Um mês sem Amy e foi divulgada talvez a última canção gravada por ela em um estúdio, em parceria com Tony Bennett, no discoDuets II, que chega às lojas no dia 20 de setembro, o que deixou os fãs ansiosos em escutar a música Body and Soul na íntegra.
Um mês sem Amy e produtores afirmaram que ela estava realmente na produção de seu terceiro trabalho, o que já tinha sido divulgado, porém nada se sabia o que tinha gravado, se tinha gravado, suas novas composições. Um disco póstumo, talvez.

Um mês sem Amy e, infelizmente, com os saqueadores a solta em Londres, entraram na casa onde ela foi encontrada morta, no norte da capital inglesa, e roubaram cadernos com composições escritas, cópias de músicas inéditas, cartas e até uma guitarra da cantora. Ou seja, o que achávamos que poderia acontecer, de ter um disco com canções inéditas dela, talvez seja impossível.
Um mês sem Amy e eu percebi que ela será lembrada daqui um, dez, cem anos. O que sei é que poderemos repassar suas canções para quem quiser conhecer mais sobre o R&B e Soul. Infelizmente, a mídia a tratava apenas como uma cantora problemática, que estava totalmente envolvida com drogas. Agora, após sua morte, Amy passou a ser realmente vista como uma cantora talentosa. Sua poesia e sua voz forte serão inesquecíveis. Ela já era influência e se tornou a maior influência para cantoras do estilo. Apesar que, para mim, nenhuma irá superar Amy. Nenhuma. Amy Winehouse é e sempre será a Diva do Soul e R&B mundial.
Fonte: Fala Cultura
Peritos afirmam que Amy não havia usado drogas no dia da morte, e que ela morreu as 00:15 do dia 23.07.2011. #UmMêsSemAmy
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Amável



Amy se encantou com o cachorrinho, no centro de Londres. Pelas imagens, ele também se rendeu aos encantos dela.
sábado, 6 de agosto de 2011
"Quem não tiver uma Amy Winehouse dentro de si que se apresente. Vai se apresentar para uma platéia vazia, obviamente, pois nessas ninguém está interessado. Mulheres que não admitem a sua dor – aquelas que são perfeitamente esquecíveis – não merecem nenhuma poesia, ou rascunho, ou rápida melodia, pois se recusam a abrir mão do conforto de uma farsa em nome de uma verdadeira vocação: a de sofrer belamente.



A triste junkie que habita em mim não suportaria parecer uma mãezona dócil que faz promessa.
Então, mais uma dose. Por que que a gente é assim?
Por que bad boys são “os fodões” e bad girls são “as fodidas”? Por que os bad boys são símbolo de liberdade e as bad girls são presas para servir de símbolo? Por que bad boys são assim por rebeldia e as bad girls são assim por sem-vergonhice? Aparentemente, o mau comportamento ficou de fora das conquistas feministas.
Então que seja esta nossa nova luta: pela igualdade de direito de errar. Direito de fazer o que não se deve. De chegar em paz ao fundo do poço.
Dean Martin, Frank Sinatra, Sammy Davis Jr. e aquele outro, que eu esqueço o nome, bebiam todas, consumiam tudo, comiam qualquer uma – e eram o charmosíssimo “rat pack”. Britney Spears, Lindsay Lohan, Paris Hilton e aquela outra, que eu também esqueço o nome, bebem uns champanhes a mais, tomam uns analgésicos, dão umas batidinhas de carro – e são as vadias bêbadas e drogadas de Hollywood.
É, o machismo acabou só para as caretas. Para as doidas continua valendo. Acho, inclusive, que as próprias mulheres têm culpa nesse atraso.
Notoriamente mais competitivas entre elas, não competem apenas com a colega do lado, mas com todas as mulheres do mundo. De Marilyn Monroe a Anna Nicole Smith, todas morreram sem uma amiga do lado. Por quê? Porque mulheres não são companheiras na sarjeta. Homens são.
Ou seja, encontramo-nos no ponto em que, juntos, chegamos.


O Drummond escreveu que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Um verso bonito, além de sábio, porém tipicamente masculino. Mulheres não sofrem por opção, sofrem por evolução. Nós sofremos porque percebemos coisas que os homens ainda não são capazes. Talvez, um dia. Não há, portanto, a mulher que não sofra – há a que não se mostra.Já que o sofrimento é, para nós, uma espécie de vestido lindo, antigo e bem adornado; um Paul Poiret. À nossa disposição, no cabide. Então usaremos essa roupa, não tenham a menor dúvida. E algumas de nós o farão em público, deslumbrantemente.

Como é o caso da Amy. Você olha para ela e vê que aquela é sua maior aptidão: existir sob esse manto raro, por vezes sombrio, que a cobre. Não há nada em Amy Winehouse que não seja genuíno, e isso consegue ser gritante em sua música suave enquanto doce em sua aparência rude. Atraente e repugnante ao mesmo tempo. Linda e digna de pena.

Como é o caso da Amy. Você olha para ela e vê que aquela é sua maior aptidão: existir sob esse manto raro, por vezes sombrio, que a cobre. Não há nada em Amy Winehouse que não seja genuíno, e isso consegue ser gritante em sua música suave enquanto doce em sua aparência rude. Atraente e repugnante ao mesmo tempo. Linda e digna de pena.

Ora, pode haver imagem mais explícita da crucial inconstância feminina? Óbvio que é disgusting vê-la toda borrada, sem um dente, com sapatilhas a lhe denunciar as picadas que dá nos pés. Mas também é maravilhoso vê-la tão pequena, antiga de tão moderna, na medida que só os autênticos conseguem ser, e se equilibrar. Mesmo que essa idéia, a de equilíbrio, não pareça muito adequada à Amy.


Para mim, é. Amy Winehouse é um acontecimento secular, tipo Billie Holliday, Edith Piaf. A gente não tem como exigir higiene, ou conduta, ou senso de preservação, ou auto-estima, dessas mulheres. Seria pedir demais. Como dizer para essa moça o que ela talvez devesse ouvir?
“Ei, Amy, deixe esse cara pra lá, ele não vale tanto a pena.”
“Ei, Amy, faz o seguinte: toma no máximo cinco cervejas quando for ao pub.”
“Ei, Amy, fume seu baseado, mas deixe o resto de lado.”
Imagina a cara que ela iria te olhar?
Pela Amy Winehouse, sinto essa contradição, acho, parecida com a de todas as mulheres.Eu me identifico com a delinqüente, e a mulherona que cobre o Blake de porrada, mas me preocupo, como uma mãe com uma filha, a ponto de rezar por ela todas as noites.
“Ei, Amy, deixe esse cara pra lá, ele não vale tanto a pena.”
“Ei, Amy, faz o seguinte: toma no máximo cinco cervejas quando for ao pub.”
“Ei, Amy, fume seu baseado, mas deixe o resto de lado.”
Imagina a cara que ela iria te olhar?
Pela Amy Winehouse, sinto essa contradição, acho, parecida com a de todas as mulheres.Eu me identifico com a delinqüente, e a mulherona que cobre o Blake de porrada, mas me preocupo, como uma mãe com uma filha, a ponto de rezar por ela todas as noites.
Uma reza sincera, para que Deus a proteja, igual faço pelas minhas meninas.
Amy, olha só: você é tão jovem... E quando fico emocionada tenho essa mania, cafona e burra, de usar reticências... Mas não!... Para a Amy Winehouse, não cabem emocionalidades baratas.
Amy, olha só: você é tão jovem... E quando fico emocionada tenho essa mania, cafona e burra, de usar reticências... Mas não!... Para a Amy Winehouse, não cabem emocionalidades baratas.

A triste junkie que habita em mim não suportaria parecer uma mãezona dócil que faz promessa.
Então, mais uma dose. Por que que a gente é assim?
Por que bad boys são “os fodões” e bad girls são “as fodidas”? Por que os bad boys são símbolo de liberdade e as bad girls são presas para servir de símbolo? Por que bad boys são assim por rebeldia e as bad girls são assim por sem-vergonhice? Aparentemente, o mau comportamento ficou de fora das conquistas feministas.
Então que seja esta nossa nova luta: pela igualdade de direito de errar. Direito de fazer o que não se deve. De chegar em paz ao fundo do poço.
Dean Martin, Frank Sinatra, Sammy Davis Jr. e aquele outro, que eu esqueço o nome, bebiam todas, consumiam tudo, comiam qualquer uma – e eram o charmosíssimo “rat pack”. Britney Spears, Lindsay Lohan, Paris Hilton e aquela outra, que eu também esqueço o nome, bebem uns champanhes a mais, tomam uns analgésicos, dão umas batidinhas de carro – e são as vadias bêbadas e drogadas de Hollywood.
É, o machismo acabou só para as caretas. Para as doidas continua valendo. Acho, inclusive, que as próprias mulheres têm culpa nesse atraso.
Notoriamente mais competitivas entre elas, não competem apenas com a colega do lado, mas com todas as mulheres do mundo. De Marilyn Monroe a Anna Nicole Smith, todas morreram sem uma amiga do lado. Por quê? Porque mulheres não são companheiras na sarjeta. Homens são.
Ou seja, encontramo-nos no ponto em que, juntos, chegamos.
Não sei se tem alguém torcendo contra a Amy Winehouse, no momento, mas, se tiver, é mulher. Eu? Eu torço por ela mais do que pela seleção brasileira." -

Por Fernanda Young.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Amy Winehouse se preparava para adotar uma menina
”Todo mundo diz que eu não presto,mas o que aparece no jornal é a parte ruim.”
Amy Winehouse

O gesto de Amy veio parar na mídia somente agora que a mesma já morreu, e isso significa quanto o sentimento dela por esta menina era real, e não apenas uma forma de aparecer como muitos fazem por ai. O que esta pequena garota relatou ao tabloide também mostra a capacidade de amor e a necessidade de ser amada de verdade que Amy buscava. Ela já amava aquela menina, e a menina já amava Amy.
Vejo que Amy Winehouse foi uma incompreendida que talvez por amar demais e não ser correspondida, acabou se matando com as drogas. Uma mulher sensível a arte e ao amor!
É uma pena que ela morreu antes de se tornar mãe, pois tenho certeza que o amor desta menina iria salva-la.
Mateus Goethel, do Blog viver da graça
Amy flies in Paradise

“Muitas pessoas não fazem algo por que simplesmente amam fazer. Sem barulho, sem compromisso. Mas ela sabia do que era capaz e não precisava nem tentar. Ela fazia o que ela queria, caso o contrário mandava se ferrar. Isto era fácil para ela e é por isso que a amávamos tanto. Nós acreditávamos em cada palavra que ela escrevia, e afundávamos em águas profundas quando ela cantava. Amy abriu o caminho para artistas como eu e fez pessoas ficarem animadas com a música britânica, sem medo de ser ao mesmo tempo hilária e blasè com tudo isso. Eu acho que ela nunca percebeu o quão brilhante ela era e como ela é importante, mas isto só a torna ainda mais charmosa. E embora eu esteja incrivelmente triste com a morte de Amy, eu também lembro do quanto imensamente orgulhosa estou dela, e agradecida por nos inspirar. Amy voa no paraíso.”
Adele
No no no

Se ela lutou contra todos os clichês.
Com 1 jeito de cantar só seu.
Resgatou o soul sob o império da música eletrônica.
Dançava tropeçando.
Se vestia sem grife alguma por trás.
Aparecia de maquiagem borrada, cabelo desorientado.
Seduzia com suas perninhas finas.
Preferia cantar no pub pé-sujo da esquina.
Detestava o assédio.
Queria beber em paz.
Tem a sua morte tratada com os mais indecentes clichês.
Via Twitter, Face, Blogs:
“Uma morte anunciada.”
“Não suportava a fama.”
“Ela pode até ter acreditado que era imortal.”
“Não controlava a fúria de alma.”
“Genial cantora, não parecia suportar este mundo sem as drogas.”
“O corpo físico não sustentou essa tsunami criativa e poderosa.”
“Nos deixa e passa apenas para uma outra dimensão”.
“Não tinha estrutura para lidar com a fama, a estrada e os paparazzi.”
E o pior de todos:
“O que Amy quer nos dizer agora é: Drogas, não!”
Tem até gente perguntando se haveria outras Marchas da Maconha após a tragédia.
O que ninguém nunca dirá é que ela morreu fazendo o que mais gostava.
Que sua autenticidade era maior do que as vozes da razão e lucidez.
E que, na sua arte, nos fascinava exatamente a resistência em ser comum.
Não a transformem agora em mártir da luta contra os vícios.
Rehab?
No, no, no!
I ain’t got the time.
Marcelo Rubens Paiva
Blue para Amy Winehouse

Sim, foi um anjo.
Um anjo torto, talvez,
que das bordas do abismo fez do canto
apelo a ecoar nas catedrais do tempo
e não soubemos há tempo compreender.
Um anjo torto, talvez,
que das bordas do abismo fez do canto
apelo a ecoar nas catedrais do tempo
e não soubemos há tempo compreender.
Amy teimou sonhar
no mundo avesso ao sonho.
Mundo que só queria a seiva de seu canto
de uirapuru com navalhas na garganta.
Queria decidir seu tempo de sonhar.
O sonho em cápsulas de crack custa pouco
e ilude a liberdade possível de uma escolha…
Não compreendeu que na droga
é possível comprar a qualquer hora
o prazer de sonhar…
Mas é um sonho que mata.
Pois a morte não sonha e não tem hora.
no mundo avesso ao sonho.
Mundo que só queria a seiva de seu canto
de uirapuru com navalhas na garganta.
Queria decidir seu tempo de sonhar.
O sonho em cápsulas de crack custa pouco
e ilude a liberdade possível de uma escolha…
Não compreendeu que na droga
é possível comprar a qualquer hora
o prazer de sonhar…
Mas é um sonho que mata.
Pois a morte não sonha e não tem hora.
Foi uma diva disfarçada de mulher comum.
De uma graça desajeitada.
De uma beleza em desalinho.
De voz ancestral numa garganta eletrônica.
De lábios suculentos e tímido sorriso.
De cabeleira farta como cascata represada num turbante.
De nariz em rude perfil delineado com delicadeza.
De olhos graúdos de vamp e mansidão no olhar.
De uma graça desajeitada.
De uma beleza em desalinho.
De voz ancestral numa garganta eletrônica.
De lábios suculentos e tímido sorriso.
De cabeleira farta como cascata represada num turbante.
De nariz em rude perfil delineado com delicadeza.
De olhos graúdos de vamp e mansidão no olhar.
Uma beleza selvagem debatendo-se
nas jaulas domesticadas do lugar comum.
Beleza gloriosa mas estranha
e reduzida a frangalhos pelo tempo.
Psicografava em tatuagens a sua alma.
Pinturas corporais na pétala da pele
tornaram-se inscrições roídas e arruinadas
pelos vermes invisíveis do crack, cocaína,
heroína, ecstasy e kotamina.
Os piercings tentavam no seu corpo fixar
os dias da mocidade esquecidos no diário.
A pele foi ressecando, sob sóis noturnos,
pendurada no varal dos ossos.
Ela se fez viver morrendo e sepultando-se
em fotos, vídeos, yutubes, espetáculos.
Mas sobre tudo em fotos.
Tumbas sucessivas da beleza em corrosão.
Rosto de deusa grega nos altares de pubs e de alcoóis.
Olhar sonâmbulo de quem queria desperta ver o sonho.
Tantas transgressões, enfim, tanta ternura.
Apenas impecável a voz,
voz uterina soando incandescente
dos abismos do ser.
nas jaulas domesticadas do lugar comum.
Beleza gloriosa mas estranha
e reduzida a frangalhos pelo tempo.
Psicografava em tatuagens a sua alma.
Pinturas corporais na pétala da pele
tornaram-se inscrições roídas e arruinadas
pelos vermes invisíveis do crack, cocaína,
heroína, ecstasy e kotamina.
Os piercings tentavam no seu corpo fixar
os dias da mocidade esquecidos no diário.
A pele foi ressecando, sob sóis noturnos,
pendurada no varal dos ossos.
Ela se fez viver morrendo e sepultando-se
em fotos, vídeos, yutubes, espetáculos.
Mas sobre tudo em fotos.
Tumbas sucessivas da beleza em corrosão.
Rosto de deusa grega nos altares de pubs e de alcoóis.
Olhar sonâmbulo de quem queria desperta ver o sonho.
Tantas transgressões, enfim, tanta ternura.
Apenas impecável a voz,
voz uterina soando incandescente
dos abismos do ser.
27 anos.
23 de julho de 2011.
Em Canden, bairro de Londres.
Às 16 horas Amy se morre para sempre.
Vestida unicamente de tatuagens,
testamento no corpo-pergaminho.
No braço esquerdo: “Nunca amarrem minhas asas.”
No braço direito: o signo da sorte é “ferradura”.
No antebraço esquerdo,
uma levíssima “pena” não revela suas penas.
Na barriga, uma ironia sutil: “Olá marinheiro.”
No seio esquerdo: “Blak’s”, quer dizer: “do Blak”,
ofertório de posse ao talvez único amor.
Noutra parte do corpo está escrito: “Menina do papai.”
Declarou, certa vez, que sonhava ter filhos, ser feliz
bem longe do cotidiano em que vivia.
23 de julho de 2011.
Em Canden, bairro de Londres.
Às 16 horas Amy se morre para sempre.
Vestida unicamente de tatuagens,
testamento no corpo-pergaminho.
No braço esquerdo: “Nunca amarrem minhas asas.”
No braço direito: o signo da sorte é “ferradura”.
No antebraço esquerdo,
uma levíssima “pena” não revela suas penas.
Na barriga, uma ironia sutil: “Olá marinheiro.”
No seio esquerdo: “Blak’s”, quer dizer: “do Blak”,
ofertório de posse ao talvez único amor.
Noutra parte do corpo está escrito: “Menina do papai.”
Declarou, certa vez, que sonhava ter filhos, ser feliz
bem longe do cotidiano em que vivia.
Na internet Amy Winehouse olha-me do outro lado do eterno.
Em silêncio escuto sua voz de tabaco e cristal.
Canta um blue de uma tristeza em pânico e gloriosa:
“Eu disse não, não, não”.
E tenho a sensação de que um anjo,
anjo que um dia agarrou-se numa estrela cadente,
está cantando agora do mais profundo de todos os abismos.
Uma gota de luar rola das pálpebras da lua
e tomba de meus olhos no poema.
Em silêncio escuto sua voz de tabaco e cristal.
Canta um blue de uma tristeza em pânico e gloriosa:
“Eu disse não, não, não”.
E tenho a sensação de que um anjo,
anjo que um dia agarrou-se numa estrela cadente,
está cantando agora do mais profundo de todos os abismos.
Uma gota de luar rola das pálpebras da lua
e tomba de meus olhos no poema.
João de Jesus Paes Loureiro
Assinar:
Comentários (Atom)